O focusing entrou em minha vida em 2002, em um Encontro Ibero-americano da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Neste encontro estavam presentes algumas pessoas que trabalhavam e ensinavam focusing. Eu não conhecia essa metodologia, não conhecia a filosofia de Eugene Gendlin, mas me senti chamada a ouvir e fui assistir a uma das apresentações. Fiquei encantada e decidida a aprender, a trazer para minha vida essa maneira tão delicada e eficaz de requisitar a participação do corpo no processo de pensamento, sentimento, simbolização e comunicação da própria experiência. Me encantou a possibilidade de dialogar com o meu próprio corpo e ouvir o que ele tem para me contar. A partir daí fui estreitando laços, solicitando materiais, referências – que até então eram menos acessíveis no Brasil – e construindo o caminho de aproximação com o focusing e com tudo que ele representa.
Vislumbrei a possibilidade de, como psicoterapeuta, levar esse poderoso recurso a outras pessoas, em seus processos de autoconhecimento e crescimento emocional; movida também pelo desejo de ser uma pessoa multiplicadora e contribuir para que o focusing se fizesse presente no Brasil, me tornei uma das fundadoras do IBF – Instituto Brasileiro de Focusing, onde temos o compromisso primeiro de difundir a Focusing através de cursos, seminários e outras atividades; de formar pessoas focalizadoras e facilitar processos em focusing.
Assim, sob a coordenação de Tomeu Barceló, me formei focalizadora (Focusing Trainer) e posteriormente Coordenadora de Focusing, com certificação internacional pelo TIFI - The International Focusing Institute.
Entre tantas coisas lindas que a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) já me proporcionou, se destaca a oportunidade de conhecer e abraçar a focalização, promovendo meu crescimento, ensinando-me a ouvir mais profundamente minha sabedoria organísmica, dialogar com meu corpo e confiar na direção construtiva que minhas experiências carregam, além de me capacitar para facilitar o processo de focalização de outras pessoas e testemunhar a magnitude do que é possível alcançar através da atenção que se dá ao que é corporalmente sentido!
Maria Luíza Rocha de Andrade